domingo, 4 de agosto de 2013

Randômica

Na falta de interlocutor, a gente fala mesmo assim. Será isso melhor que dizer nada?
A linguagem -discutia- é uma forma de afirmar a própria identidade? Digo, se chamava-me menina há algum tempo, e agora chamo-me mulher, a questão é semântica ou existencial?
Sobre o interlocutor,

Você acha que é ninguém,
Mas ninguém é sempre alguém
Que tem dentro de você.

Isso quem me ensinou foi o velho amigo marinheiro, velho de idade e novo de amizade, que dizia ter viajado o mundo, dizia que eu não ficava bem de batom porque não era natural.
O velho químico obcecado por essências.

Bem fez ele de ir embora dessa cidade com cheiro de água sanitária e meia química; trânsito sem misericórdia e gente sem amor.

Freud, Karenina, Zabriskie, fotografia fragmentada surreal, Dalí, Fahey, Neruda, bicicleta, estrada, gatas que me deixam fazer carinho, sonhos, aulas, o sol batendo no azulejo amarelo, cigarro, vestido psicodelico, o lindo piano do Yann Tiersen, Leary, vento, as árvores sem flor, a dança na cozinha, o lobo da estepe, o sol, o sol, a lua cheia e a vista da 'varanda' de casa.



And the queen sat
And smiled to the cat
Who smiled back.




Imagem do filme Sonhos, de Kurosawa. 

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