Era um romance. Tinha tudo para sê-lo: a amena angústia da ausência; o vício frenético em palavras ambíguas; o colorido vago do prazer. Era um raio de sol, um deleite.
Durou tanto quanto dura a aurora boreal - efêmera eternidade de luz, caótico tecido de cores brilhantes.
Cegou. O fulgor fatal tomou conta das trevas. As árvores seculares riram desdenhosas do corpo mergulhado em luz.
Agora, os seculares troncos, com suas copas imortais, amparam o cadáver fluorescente - único ponto luminoso na floresta que tem sido escura por milênios.
Da luz, restou a sombra.
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Rogo
Deixa brilhar a luz da loucura
na escuridão do silêncio armado
de facas cegas e armas sem balas.
Deixa vir o grito do vento
no ar tóxico, caótico
que dissolve teus pensamentos.
Deixa, deixa de ser isso.
Essa persona demente, reticente,
vago rascunho de humanidade.
Animal, animal tu és. Aprende!
na escuridão do silêncio armado
de facas cegas e armas sem balas.
Deixa vir o grito do vento
no ar tóxico, caótico
que dissolve teus pensamentos.
Deixa, deixa de ser isso.
Essa persona demente, reticente,
vago rascunho de humanidade.
Animal, animal tu és. Aprende!
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