Vejo-me pelos ocasos
E um formigueiro de gente
Anda por meu coração.
Garcia Lorca
Do amor como uma flor:
viçoso, forte. Cria raiz no coração. Enfeita a alma, deixa a vida
feliz – é um colorido pro tempo, uma lembrança constante no fundo
da memória; no começo, no meio e no fim do presente, pra além do
futuro.
Tempestade atinge a
flor: o vento leva embora as folhas, as pétalas e a beleza. O
colorido fica opaco, ensopado de tristeza. O jardineiro chora
lágrimas sentidas, derrama sua alma e adormece com a terra. Chora
dormindo; rega, com seu pranto trágico, a raiz da flor. Lá dentro
da terra, a raiz treme. Se fortalece. Lá dentro da terra a raiz
cresce, envolve o corpo do jardineiro triste. As flores dos sonhos
dele agarram-se à raiz para dar-lhe força – será outra
flor, de beleza triste e sublime.
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Imagem: Cherry blossoms, Van Gogh.
Para mais trabalhos do pintor, acesse https://m.artsy.net/search?term=Van+Gogh+ (em inglês).